Vitor Inácio Fernandes da Silva, Assessor de Comunicação da Diocese de Jales e Jornalista das Rádios Assunção e Regional FM
As cidades, praças, avenidas, lojas e casas já estão enfeitas para a chegada do Natal. Muitas pessoas citam este como o período mais bonito do ano, com luzes, cores e formas que impressionam. Tempo em que ocorrem as trocas de presentes entre familiares, amigos e colegas de trabalho. As famílias já estão também organizando o seu presépio, na simplicidade das casas fazem memória ao verdadeiro sentido do natal.
Neste ano o Papa Francisco lançou um livro sobre os personagens do Presépio, “Il mio Presepe. Vi racconto i personaggi del Natale”, traduzido como “O meu Presépio. Conto a vocês sobre os personagens do Natal”. A publicação comemora os 800 anos da criação do presépio por São Francisco de Assis, em Greccio, quando inovou na representação feita em uma floresta, com os animais em um cenário próprio. Na introdução do livro o Papa recorda as visitas que já fez neste local e os Natais com a família em Buenos Aires.
“[...] São dois os sinais que, no Natal, nos guiam para reconhecer Jesus. Um é o céu cheio de estrelas. São tantas, infinitas, mas entre todas brilha uma especial, que impele os Magos a deixar as suas casas e a iniciar uma viagem, um caminho que não sabem aonde os vai levar. Acontece o mesmo na nossa vida: em certo momento, uma ‘estrela’ especial convida-nos a tomar uma decisão, a fazer uma escolha, a iniciar um caminho. Devemos pedir a Deus com força que nos mostre essa estrela que nos impele para além dos nossos hábitos, porque essa estrela levar-nos-á a contemplar Jesus, aquele Menino nascido em Belém que quer a nossa felicidade plena” apresenta o Papa.
A representação do presépio é repleta de significados, principalmente para nos recordar o projeto de Deus para com a humanidade, por meio de seu Filho Jesus. A simplicidade da manjedoura nos remete ao desapego necessário para entender o que é mais preciso: a vida. Com o presépio somos convidados a refletir sobre a proteção da vida humana em todas as suas dimensões, com fraternidade, justiça e paz.
Na oração do Angelus, em dezembro de 2009, o Papa Bento XVI enfatizou: “É para mim motivo de alegria saber que nas vossas famílias se conserva o hábito de fazer o presépio. Mas não é suficiente repetir um gesto tradicional, embora seja importante. É preciso procurar viver na realidade de todos os dias aquilo que o presépio representa, isto é, o amor de Cristo, a sua humildade, a sua pobreza.”
Que neste Natal possamos celebrar com muitas luzes e presentes, mas orientados sempre pelos ensinamentos da representação do presépio e do próprio do Cristo. Guiados por essa nova luz, possamos em família, escolher caminhos que gerem a solidariedade, o cuidado com o próximo e a vida.
Jales, 23 de novembro de 2023.