Por Gil Cipriano - Gil Acervo Esportivo
Ao analisar o momento vivenciado pelo nosso futebol é estranho, mas faz parte do nosso cotidiano ver como é complicado a carreira de treinador de futebol.
Pior quando usam ex-ídolos para servirem de “escudos”, visando tirar responsabilidades de má gestão com o intuito de não desgastar mais ainda a imagem perante aos torcedores.
Nos últimos anos tem sido essa a tendência com Renato Portaluppi no Grêmio, Luiz Felipe Scolari no Palmeiras e no próprio Grêmio, Muricy Ramalho no São Paulo, Marcão interino no Fluminense e por aí a fora.
Tem sido preocupante a situação dos comandantes dos nossos clubes e nem mesmo os estrangeiros estão tendo vida fácil em nosso futebol.
O Brasileirão deste ano na 1ª Rodada na derrota do Fluminense para o Fortaleza, Mano Menezes foi demitido, na 3ª Rodada o português Pedro Caixinha no Santos e na 4ª rodada após a goleada de 4x1 para o Mirassol a diretoria do Grêmio demitiu o argentino naturalizado boliviano Gustavo Quinteiros.
Nesse ritmo frenético poucas equipes chegarão em dezembro no final do campeonato com os técnicos que iniciaram a competição.
Fábio Carille no Vasco, o argentino Luis Zubdedía no São Paulo, português Pedro Miguel Marques da Costa Filipe “Pepa” no Sport, não são unânimes em seus clubes. Poderão compor essa lista seleta de desempregados.
No Brasileirão de 2024, foram 20 trocas de técnicos em 38 rodadas. A quantidade alta de demissões impressionou até mesmo o espanhol Pep Guardiola, treinador do Manchester City, da Inglaterra que declarou: "É impossível. No meu primeiro ano no City, eu não ganhei. Se tivessem me demitido, não teríamos vivido esses 8, 9 anos como vivemos.
Os clubes precisam entender que, quando vivem uma temporada com 3 ou 4 treinadores, o problema é quem escolheu esses treinadores. Então, deveriam demitir os dirigentes", disse Guardiola, em 2024, para a TNT Sports conforme reportagem do site um dois esportes.
Em reportagem recente do Lance, é assustador a troca de técnicos no futebol brasileiro de 2001 a 2025 os clubes com mais trocas de treinadores, o podium é formado pelos clubes cariocas e mineiros: 1º Botafogo 41 técnicos, 2º Vasco 40 técnicos, 3º Flamengo, 4º Cruzeiro 33 e 5º Fluminense 32 empatado com o Alético Mineiro.
Existe técnico ideal para o nosso futebol? É proibido ser longevo nos clubes?
A nossa “cultura do imediatismo” tem assombrado a permanência dos técnicos em nossos clubes e é inerente, como é avassaladora a guilhotina, exterminando impiedosamente estes profissionais no comando de nossas equipes. Precisamos rever nosso conceito do imediatismo cultural, caso contrário jamais resgataremos o nosso futebol arte, talentoso que encantava e assombrava nossos adversários em todos os cantos do planeta.