Até o momento, o Brasil tem mais de 3 milhões de casos de dengue registrados e 1,3 mil óbitos. De acordo com o biólogo Jubilut, mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental e professor no Aprova Total, nos anos que aconteceu o El Niño houve uma explosão do número de casos de dengue - fenômeno também associado às mudanças climáticas e ao aquecimento do planeta.
"2023 foi o mais quente da história e os mosquitos adoram o calor. É nesse clima que se reproduzem, se alimentam e circulam mais. Além disso, temos visto chuvas mais fortes. E basta uma tampa de refrigerante com água parada para que a fêmea do mosquito deposite seus ovos", explica Jubilut.
Um outro ponto que o especialista cita é a urbanização acelerada no Brasil, mas sem estrutura para tratamento de esgoto, água e lixo. "Além disso, temos cidades cada vez mais quentes - com concreto e asfalto - formando ilhas de calor, que também beneficiam a reprodução dos mosquitos", aponta.
Somado a esses problemas, também há a falta de polÃticas públicas para lidar com a crise. A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu, em janeiro de 2023, uma nota sobre a dengue e o risco de se tornar uma pandemia, por conta das mudanças climáticas. Todos os paÃses foram avisados.
"Com essa informação, o Ministério da Saúde poderia ter tomado medidas como: antecipar a compra e aplicação das vacinas Qdenga. As vendas só foram autorizadas em março do ano passado e chegaram ao SUS em dezembro; Distribuição de verbas para estados e municÃpios lidarem com a crise; Construção de ambulatórios para atender casos graves", reforça.