Diego Dovidio dos Santos, Seminarista do 3º ano de Teologia, Estágio Pastoral na Paróquia de São João Batista em Santa Fé do Sul
“Jesus, o crucificado, ressuscitou, como tinha dito” (cf. Mc 16, 6).
A Ressurreição de Jesus é um caminho de fé, que parte de um acontecimento real, testemunhado pelos primeiros discípulos de Jesus, aqueles que seriam chamados de cristãos. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que “a ressurreição de Jesus glorifica o nome de Deus salvador porque, a partir daí, é o nome de Jesus que manifesta em plenitude o poder supremo do nome que está acima de todos os nomes (Fl 2, 9-10).” Todo cristão é convidado a fazer a diferença, sendo luz do Ressuscitado onde está.
Esta é a centralidade da mensagem cristã deixada por Jesus, uma mudança de sentido de vida, que serve de fundamento da fé, assim como foi o fundamento da fé dos apóstolos é o fundamento da fé que da Igreja recebemos. Ao compartilharmos a nossa fé em Cristo Ressuscitado podemos dialogar com a sociedade, sendo sinal valoroso no mundo atual, em que se multiplicam, cada vez mais, as divisões e violações da dignidade do homem.
Na Encíclica do Papa Francisco Fratelli Tutti, sobre a fraternidade e a amizade social, fica claro que a dignidade humana não é uma invenção ou suposição nossa, mas que existe realmente um valor superior às coisas materiais, devendo ser respeitada em qualquer situação, afinal “A vida é a arte do encontro” (Vinicius de Moraes).
O Papa Francisco, ainda nos ensina, que fomos curados pelas chagas de Cristo (cf. 1 Pd 2, 24), assim à luz do Ressuscitado, os nossos sofrimentos são transfigurados. Onde havia morte, agora há vida; onde havia luto, agora há consolação. Jesus deu sentido aos nossos sofrimentos ao abraçar a sua cruz. No testemunho definitivo de amor que Deus manifestou na cruz de Cristo, todas as barreiras de inimizade já foram derrubadas (cf. Ef 2,12-18) e para quantos vivem a vida nova em Cristo as diferenças raciais e culturais não são mais motivo de divisão (cf. Rm 10,12).
É necessário trazer uma nova e verdadeira esperança as pessoas. Apenas o evangelho de Jesus pode dar novo ânimo e lucidez profética aos seus seguidores, um anúncio consistente. É preciso anunciar o Cristo, como Salvador, Senhor e nosso Messias, desse anúncio querigmático nasce nossa experiência de fé em Jesus de Nazaré, podendo, assim, contribuir para a expansão do Reino de Deus.
Graças ao Espírito, a Igreja conhece o desígnio divino que abrange todo o gênero humano (cf. At 17,26) e que tem finalidade a reunião de todos no mistério de uma salvação realizada sob o senhorio de Cristo. A Igreja dedica-se ao próprio mandato de restaurar e testemunhar a unidade perdida em Babel, assim, neste mistério eclesial, a família humana é convidada a recuperar a própria unidade e a perceber a riqueza de suas diferenças, almejando assim, a total unidade em Cristo. (LumenGentium5)
Jesus está aqui, vivo entre nós, esse é o motivo da nossa alegria e dos nossos atos do ser cristão. É preciso que os efeitos salutares da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo estejam em todos os cantos do mundo. Que como Maria Madalena, apóstola dos apóstolos, possamos gritar ao mundo: Vimos o Senhor, afinal: “A Páscoa é todo dia.Se eu levar o Cristo em minha vida,tudo será um eterno "aleluia"!
Santa Fé do Sul, 4 de abril de 2024.