João Vitor Fakine da Silva, Seminarista da Diocese de Jales
Cristo ressuscitou! Verdadeiramente ressuscitou! Caros irmãos, é com essa alegria que vos cumprimento. Após passarmos pela celebração Pascal, temos um novo ímpeto em nossa missão de cristãos, sermos testemunhas da ressurreição do Senhor, assim nos fala o Evangelho deste domingo.
A Sua ressurreição se encontra no centro de nossa fé cristã, como força de nossas vidas e em nosso cotidiano, como verdade central desde as primeiras comunidades cristãs, capaz de levar a uma verdadeira transformação espiritual e ao coração daqueles que creram e creem. Cristo não ressuscitou somente para Si mesmo. Para mostrar a todo ser humano o desígnio salvífico do Pai, o Filho se revela como a ressurreição, porque Ele ainda hoje manifesta sua presença nos momentos em que somos mais frágeis, onde encontramos ao nosso redor pessoas cheias de zelo, que nos estendem a mão; por isso, devemos vivê-la na perspectiva de que possa produzir verdadeiros frutos de conversão (cf. Rm 6,4). Não percebemos que em nossas dificuldades, momentos de tribulação e fraqueza, é que o Senhor nos mostra sua presença e sua ternura, no Evangelho acalenta aos dois discípulos com suas palavras “A paz esteja convosco!”.
Estavam assustados, pois não haviam percebido a manifestação do corpo glorioso de Cristo, que o mesmo mostra suas chagas para que não tenham medo. Por isso, irmãos, devemos entender que a fé cristã é a certeza do Amor pleno de Cristo crucificado e ressuscitado, do Seu poder eficaz em nossas vidas, da sua capacidade de transformar o mundo e iluminar o nosso tempo kairótico. Fazendo-nos caminhar na vida não de forma alienada e tola, mas calcando firme sob o chão da realidade, que não nos abstém das dificuldades, perseguições e sofrimentos (cf. Lumen Gentium, 15).
Isto significa apenas uma coisa, acreditar que Deus nos ama verdadeiramente, que está vivo e é capaz de intervir misteriosamente em nossa vida; significa acreditar que Ele caminha ao nosso lado como quem venceu a morte e ressuscitou. Cabe uma reflexão a nós: ficaremos em nossos sepulcros internos como prisioneiros ou nos deixaremos libertar e ressuscitar. A chave é nossa fé cristã que nos ajuda a permanecer firmes numa sociedade já desencantada com as maravilhas de Deus, São João na sua carta, diz: “Naquele, porém, que guarda a sua palavra, o amor de Deus é plenamente realizado”.
Essa atitude de libertação nos orienta a uma vida cristã com identidade promissora de testemunhar o anúncio da Boa Nova de Cristo ressuscitado; que ainda mais evidente em nossa sociedade que arbitrariamente nega toda a capacidade de comunicar a vida em Cristo.
Peçamos à intercessão da Sempre Virgem Maria, que não desampare aqueles que recorrem a vossa proteção, como Mãe do Cristo redentor que mesmo diante da crucificação do seu Filho não deixou de cuidar da humanidade; cubra-nos com a vossa piedosa graça e auxilie-nos em nossas fraquezas para não deixarmos de anunciar sempre a Palavra de Deus.