Alcançar o engajamento e alta produtividade das equipes tornam-se desafios maiores para os empreendedores e gestores de Recursos Humanos. A presença cada vez mais marcante da Geração Z no ambiente corporativo e o movimento antitrabalho são fatores de influência nesse quadro.
Para Rica Mello, gestor, palestrante e empreendedor em diversas áreas de atuação, os líderes e as empresas precisam atualizar seus métodos de gestão. “Acompanhar o bem-estar do indivíduo e da equipe deve ser parte da agenda dos Recursos Humanos. Só assim as empresas conseguirão acompanhar as mudanças no comportamento dos trabalhadores”, afirma.
Essa atualização é justificável e necessária. Os jovens da Geração Z procuram um trabalho que se encaixe no seu estilo de vida. Segundo pesquisa da Deloitte, 75% dessas pessoas preferem um emprego que oferece total flexibilidade a outro com salário mais alto.
O movimento antitrabalho também aponta a tendência pela busca de oportunidades que abram espaço para a qualidade de vida, destacando a importância de vivências fora do trabalho. Neste movimento, trabalhadores (principalmente do varejo) criticam a jornada 6x1 e lutam por regimes com mais tempo para a vida pessoal.
Rica Mello vê com tranquilidade essas novas tendências. “É importante equilibrar a vida pessoal e profissional, preservando a saúde física e mental. Com uma gestão empática e flexibilidade por parte das empresas, essa equação é possível e satisfatória para os negócios”, afirma o especialista.
“Isso não significa uma gestão totalmente permissiva”, continua o empresário. “Deve existir a cobrança por metas e prazos, mas levando o dia a dia com certo jogo de cintura para que os profissionais mantenham o entusiasmo e a qualidade nas tarefas”, destaca Rica.
Nas empresas que compõem o grupo BCBF, fundado por Rica Mello, é possível observar espaços de descanso, flexibilidade de horário e atenção especial às mães. “Entendo que as mães precisam de uma liberdade maior para levar o filho ao médico ou resolver algum problema na escola. Isso não me impede de contratá-las, principalmente porque dou mais importância às habilidades que elas apresentam e as destacam dos outros profissionais”, elogia Mello.
Para que as corporações possam conviver bem com os profissionais da atualidade e do futuro, é preciso ter um cuidado maior com o indivíduo e renunciar a conceitos ultrapassados de produtividade. “Uma carga horária pesada não significa mais resultados”, conclui o empresário.
Sobre Rica Mello
Rica Mello é apaixonado por gestão, números, estratégia e pessoas. Dedicou uma década auxiliando grandes empresas como consultor estratégico da McKinsey e Bain & Company antes de criar seus próprios negócios. É empreendedor serial e está à frente de negócios em diversos segmentos como indústria, distribuição, importação, varejo, e-commerce e educação. Auxilia empresários a navegar no desafiante mercado brasileiro e é uma das lideranças da indústria que se preocupam com iniciativas de coleta e reciclagem de materiais. Possui MBA pela Kellogg School e especialização pela Singularity University. Ele aprendeu a gerenciar empresas de qualquer lugar do mundo, para alimentar sua outra grande paixão, que é viajar. Conhece 136 países e almeja visitar todos os países do mundo até 2025.